O olhar de quem protege

por João Roberto Marcelino

A Campanha do Janeiro Branco tem o intuito de prevenir problemas, tais como: estresse, ansiedade e eu ainda arriscaria dizer – questões relacionadas à invisibilidade social.

Se trouxermos esse tema para dentro da caserna, iremos observar com mais clareza que nossos colaboradores, por muitas vezes, sentem-se perdidos em algumas ou muitas ações na execução de suas funções diárias.

E o motivo? Essa é uma resposta simples.

Por mais que busque ou tenha apoio dentro da instituição, a sociedade os coloca como profissionais não pertencentes a ela. E, nesse sentido, o profissional de segurança pública ao longo de sua trajetória vai perdendo o crédito nessa sociedade e criando em si a barreira da FRIEZA EMOCIONAL e do DISTANCIAMENTO SOCIAL.

Obviamente que esses profissionais estão acima da curva, estão no local onde pessoas comuns não conseguem alcançar. Ninguém larga sua família em casa e corre para cuidar de uma sociedade que não lhe dá muito crédito e – quando há manifestações da sociedade – são para criticar.

Dessa forma, começar o ano com uma campanha tão importante é vital para o serviço da corporação e possibilita nos conscientizar que sim, somos parte da sociedade e a parte mais importante num processo de organização e ordem.

Entendendo e assimilando essa fala de pertencimento, certamente lidaremos muito melhor com as demandas emocionais.

Texto interpretado pelo 2º sargento psicólogo Eliezer Rogério Pereira da Rosa | Formação Sanitária 12º CRPM

João Roberto Marcelino é 3º sargento da Polícia Militar de Santa Catarina, exerce a função de psicólogo no 7º Comando Regional de Polícia Militar (7º CRPM), em Blumenau.