Adjunto de Comando na 12ª RPM

A atuação do Adjunto de Comando soa como novidade na Polícia Militar de Santa
Catarina
(PMSC). Assim, é salutar destacar um breve contexto sobre a origem do cargo,
bem como as ações desempenhadas pelo graduado que exerce as funções na 12ª Região
de Polícia Militar
(RPM), Organização Policial Militar (OPM) que, em caráter experimental,
destinou um subtenente exclusivamente para exercer as funções.

Adjunto de Comando do EB entregando Certificado de conclusão ao subtenente PM Wiltner | EASA/2020

A origem do Adjunto de Comando – brevíssimo contexto

O cargo de Adjunto de Comando foi criado no Exército Brasileiro (EB) em 2016, após
inspiração no Exército Norte-Americano, na figura do Sergeant Major, e um longo período
de maturação que culminou em adaptações para a cultura e especificidades do EB,
mantendo-se, contudo, fatores relacionados à liderança e experiência dos graduados.

A institucionalização ocorreu quando foram publicadas normativas, dentre as quais se
destacam a Portaria 142 do Estado Maior do Exército (EME), que postulou a concepção
geral do cargo e seus objetivos, e a Portaria 997/EME, que alterou o Regulamento Interno
de Serviços Gerais (RISG), assentando as atribuições do Adjunto de Comando.

No EB, foram aspectos essenciais para essa formalização: a valorização humana, a carreira
dos graduados, a liderança e o próprio desenvolvimento profissional dos sargentos e
subtenentes, que aspiravam uma nova realidade.

O tema ainda está em fase de elucubrações na PMSC. Diante da novidade, como é natural,
alguns apoiam, mas outros nem tanto. Como ocorreu com o EB, a PMSC busca inspiração
e procura dar uma feição própria diante da realidade e necessidade encontrada no âmbito
da corporação policial-militar.

O Adjunto de Comando na 12ª RPM

Entre outubro e dezembro de 2020, o subtenente Luiz Wiltner, lotado então no 14º Batalhão
de Polícia Militar (BPM), em Jaraguá do Sul, realizou o Curso de Adjunto de Comando no
EB, na Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), em Cruz Alta, Rio
Grande do Sul.

Ao retornar para o município jaraguaense, o subtenente encontrou no então comandante da
unidade, tenente-coronel Marcio Leandro Reisdorfer, um grande entusiasta do tema, que
prontamente o convidou para assumir exclusivamente as funções de Adjunto de Comando
no BPM, as quais foram desempenhadas do dia 15 de fevereiro ao dia 19 de março.

No dia 16 de março, o tenente-coronel Reisdorfer deixou o BPM e assumiu interinamente o
comando da 12ª RPM, convidando o subtenente Wiltner a assumir as funções de Adjunto
de Comando na respectiva RPM.

Dessa forma, desde o dia 22 de março de 2021, o graduado passou a exercer
exclusivamente as funções de Adjunto de Comando nessa OPM.

Assim, de forma inédita e tendo como norte o ideário repassado no Curso de Adjunto de
Comando do EB, a 12ª RPM, em caráter experimental, conta com um subtenente junto ao
comando, representando os praças e assessorando o comandante em variados temas.

Adjunto de Comando da regional após reunião com sargentos comandantes | 12º CRPM

Assessorar o comando em questões relacionadas aos praças

Quando se atribui ao Adjunto de Comando o assessoramento ao comandante em assuntos
pertinentes aos praças, abarca-se um conjunto de questões, como expressos no artigo
75-B, onde se enfatiza a moral, bem estar, satisfação profissional, motivação, instrução,
apoio à família militar, saúde, assistência social, justiça; disciplina; processos decisórios […].
(RISG, 2016)

De certa forma, considerando a abrangência dos temas, a ação do Adjunto de Comando é
um campo de infinitas possibilidades de atuação.

Escopo e ações desenvolvidas

O Adjunto de Comando atua de forma a fortalecer os valores institucionais, os preceitos de
hierarquia e disciplina; buscando o aperfeiçoamento constante da gestão; fortalecendo a
coesão entre os militares, aprimorando o espírito de corpo, padrões de disciplina e,
principalmente, de forma a contribuir para o fortalecimento da Dimensão Humana na OPM.
(Portaria 142/EME/2016)

Na 12ª RPM, englobando-se o período de execução no 14º BPM, a atuação do Adjunto de
Comando buscou tais alicerces para edificar suas atividades.

Dessa forma, considerando que há pouco mais de dois meses exerce as funções, foram
realizadas importantes ações:

  • Assessoramento e acompanhamento ao comandante;
  • Conscientização sobre as funções em preleções;
  • Escuta de policiais militares;
  • Elaboração de Fichas de Atendimento Individual (intenção de movimentação,
    mudança de função dentre outros);
  • Recepção de policiais;
  • Elaboração e encaminhamento de temas levantados em escutas;
  • Acompanhamento de policiais com restrições médicas;
  • Auxílio à familiares de militares;
  • Temas em fase de elaboração de arrazoados;
  • Orientações diversas, dentre outras atividades.

Assim, com base em várias questões levantadas em entrevistas/escutas, busca-se
averiguar o que foi narrado, para se construir e formalizar um conjunto de ideias para
melhor prover o comandante com informações pertinentes e que possibilitem a melhor
tomada de decisão.

Ou seja, o campo de atuação é extenso e profícuo, onde cada policial militar exerce um
papel de grande importância em todo o processo, sendo o Adjunto de Comando alguém que
recepciona as ideias, pontos negativos e positivos, os anseios pessoais e, sobretudo,
profissionais dos praças, buscando uma oportunidade para construir e contribuir para uma
gestão cada vez mais humana, fortalecendo, sobremaneira, o comando e suas diretrizes.

Diante de todo o exposto, é natural, deve-se repetir, que a formalização do cargo encontre
resistência, mas que ao perceberem os benefícios para toda a tropa e, consequentemente,
para o exercício do comandamento dela, os óbices quanto à sua criação aos poucos de
definham, pois o objetivo de todos, ao final, é compartilhado: o cuidado do ser humano e a
qualidade no atendimento ao cidadão.

Neste dia especial, feriado nacional em que se homenageia um grande herói e Patrono da
Nação Brasileira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que as palavras aqui
expressas possam ecoar e substanciar o nobre cargo de Adjunto de Comando na Polícia
Militar de Santa Catarina, para que um dia a presença de um graduado exercendo a
plenitude de suas funções nesse cargo, torne-se realidade nos batalhões, regiões e no
Comando-Geral.

Coronel PM Machado e subtenente PM Wiltner em visita ao 5º RCC

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